Ogum andava aborrecido no Orum (céu), queria voltar ao Aiê (terra) e ensinar aos homens tudo aquilo que aprendera.
Mas ele desejava ser ainda mais forte e poderoso, para ser por todos admirado por sua autoridade.
Foi consultar Ifá, que lhe recomendou um ebó para abrir os caminhos.
Ogum providenciou tudo antes de descer ao Aiê.
Veio ao Aiê e aqui fez o pretendido.
Em pouco tempo foi reconhecido por seus feitos.
Cultivou a terra e plantou, fazendo com que dela o milho e o inhame brotassem em abundância.
Ogum ensinou aos homens a produção do alimento, dando-lhes o segredo da colheita, tornando-se assim o patrono da agricultura.
Ensinou a caçar e a forjar o ferro.
Por tudo isso foi aclamado rei de Irê, o Onirê.
Ogum é aquele a quem pertence tudo de criativo no mundo, aquele que tem uma casa onde todos podem entrar.
[Lenda do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi]
A leitura e análise desta lenda permite-nos compreender o que o Orixá Ogum representa: é a energia presente no homem que, com coragem e determinação, desbrava a terra seca e árida e a transforma em terra fértil, pronta para receber as sementes donde nascerá, como refere a lenda, o milho, o inhame que alimentará os povos; é a força bruta que se transforma, que inova, que cria. É a energia que emana do arado usado para cultivar a terra, das ferramentas agrícolas, das armas usadas para caçar, para combater e vencer batalhas, feitas do ferro, metal onde a energia de Ogum também está presente. É o Orixá guerreiro por excelência, é a força que garante que a ordem seja cumprida;é o Orixá que abre os caminhos, nos ajudando a lutar contra os obstáculos e a evoluir; é a energia que nunca pára, tal qual o sangue que corre em nosso corpo, tal qual a vida! Essa é a força de Ogum!
M.N.
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