terça-feira, 28 de setembro de 2010

Uma pequena LEMBRANÇA aos......ORIXÁS


Gostaria de lembrar que os Orixas devem ser homenageados em todos os dias de nossas vidas, não apenas como Divindades da Umbanda, mas cultuados em nosso Ser, fazer com que realmente cada Orixá faça parte de nós.

Então eu diria que temos que Ser: Como Exu, e levar aos Orixás, os pedidos do Homem e trazermos ao Homem o merecimento de seu pedido, ou o caminho para ser alcançado.

A força de Ogum para nunca desistirmos do que acreditamos;

Amarmos a todos verdadeiramente como Oxum mostra em alguns mitos;

Sermos como Oxoce, o eterno caçador que busca dentro e fora de seus domínios;

Justos com tudo e todos, mesmo que a verdade nem sempre esteja do lado que gostaríamos, assim ensina Pai Xangô;

Lembrarmos que Iemanja, é Mãe que dá a vida, cuida, que educa e que prepara-nos para vencer;

A Cura de Obaluaie está também em reflectirmos sobre nossas imperfeições, e tentarmos curar algumas feridas e doenças como: Egoísmo, medo, falsidade, mentira e tantas outras;

Devemos acreditar que somos capazes, e ter Fé em Oxalá de que tudo é possível, e que o limite é aquele em que acreditamos, e como consequência até onde chegamos...

Onde queremos chegar?


Que Oxalá vos abençoe,


Pai Cláudio de Oxalá - A.T.U.P.O

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Mediunidade


A Mediunidade

Uma das características da Umbanda que mais fascina e, simultaneamente, mais assusta as pessoas que frequentam um Templo Umbandista é a mediunidade; mais especificamente as incorporações.

O termo mediunidade foi criado pelo codificador do espiritismo, Allan Kardec, no final do século XIX, querendo assim designar a capacidade do ser Humano em comunicar-se com o plano astral, sendo designado por médium todo o indivíduo capaz de servir de meio de comunicação ou intermediário entre o plano físico e o plano astral. O fenómeno mediúnico caracteriza-se pela cedência do corpo e da mente, por parte do médium a outra inteligência, a outro espírito. Ou seja, o médium percebe ou capta a presença de espíritos, de seres e de energias de outros planos astrais.

Aqui coloca-se uma questão: todas as pessoas são médiuns? Existe alguém que de alguma forma não tenha alguma interacção, ou que não sofra nenhuma influência de outros planos, dos espíritos, e que por tal não seja considerado médium? Certamente a resposta será que, de uma forma ou de outra, sempre seremos influenciados, e sentiremos a presença de outras energias e espíritos, considerando-se por isso que todos os seres humanos são médiuns. No entanto, é necessário distinguir a “mediunidade comum” da “mediunidade de trabalho”. Para além da intuição e da sensibilidade às energias que nos rodeiam, que são consideradas as manifestações mais comuns da mediunidade e que todos possuímos em maior ou menor grau, existem outras formas de manifestação da mediunidade que permitem que um individuo sirva de meio de comunicação directa entre os planos astral e físico, possibilitando que os espíritos, guias ou entidades expressem a sua vontade, força e palavras de forma inteligível. São estas formas de mediunidade que são consideradas “mediunidade de trabalho” entre as quais contamos com a incorporação, a vidência, a psicografia, a mediunidade de cura, entre outras. Mas é importante esclarecer que a “mediunidade de trabalho” em hipótese alguma constitui um dom ou uma dádiva ou torna alguém melhor, mais especial ou abençoado que os seus semelhantes. É sim, uma faculdade que nos foi atribuída por Deus, para que através da mesma possamos resgatar as nossas dívidas kármicas e simultaneamente transmitir a vontade e a força dos Orixás, permitindo que outros espíritos possam receber a ajuda das energias divinas e evoluir. Ou seja, o médium é um espírito igual a todos os outros, e como todos, deve buscar o seu aprimoramento, abdicando das suas vaidades, orgulhos e do seu egoísmo. É um ser que dentre inúmeras ferramentas que os Orixás nos dão, recebe a ferramenta chamada mediunidade. Mas, ao mesmo tempo em que não é um dom com certeza é uma responsabilidade, pois deverá fazer bom uso da sua faculdade. Se a mediunidade é um instrumento, uma ferramenta, cabe a cada médium, utilizá-la com muita fé, amor e responsabilidade. Ser médium implica uma profunda reforma íntima, designadamente a nível moral, de valores e atitudes, ou seja, da forma de ser e estar na vida. Assumir a responsabilidade do exercício da mediunidade é assumir o caminho da rectidão, da fé e do amor incondicional.

Muito mais há para dizer sobre a mediunidade, mas fica para uma próxima oportunidade.

Que Oxalá abençoe e ilumine a todos.

A.T.U.P.O. - Bernardo Cruz

Oxum se transforma em pavão e abutre


Lenda de Oxum

Oxum se transforma em pavão e abutre

Olorum, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Os orixás, revoltados com tal atitude, foram suplicar-lhe que devolvesse a chuva à terra, não tendo no entanto conseguido o perdão de Olorum. Oxum oferece-se para ir ao Orum falar com Olorum. Gozada pelos outros orixás, que não acreditavam que ela conseguisse tal feito, Oxum transforma-se em pavão, voa até ao Deus Supremo, para suplicar ajuda. À medida que vai aproximando-se do sol, as suas penas enegrecem e caem e os raios vão queimando sua pele.Fica de tal forma queimada pelo sol e sem penas, que de um pavão belo e majestoso passou a ser um abutre.No entanto, alcança o Orum e quando chega a casa de Olorum, este lhe pergunta o porquê de tal sacrifício. Ela lhe responde que enfrentou o perigo pelo amor à humanidade e às crianças. Então,Olorum, comovido pela determinação e bravura de Oxum, devolve a chuva ao Aiê, tornando as terras férteis e prósperas outra vez!


Esta lenda mostra, através de uma linguagem simples e inteligível, o que o Orixá Oxum representa: a energia do Amor, o amor pela humanidade, pelos irmãos, a energia do amor maternal, o amor de mãe, que ampara, que protege, que pelos seus filhos enfrenta qualquer perigo; é a energia que comove, que faz chorar e que conquista a riqueza e abundância; é o Orixá ligado à concepção da vida, é a energia da fertilidade, fecundidade, representada pela água que volta à terra, tornando-a de novo rica e fértil, para ser fecundada, ganhar vida e tornar-se próspera de novo!


A.T.U.P.O. - Mary Nogueira

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Uma Lenda de Obaluaiê / Omulu


Uma Lenda de Obaluaiê / Omulu

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Um dia, caminhando pelo mundo, Obaluaiê sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada.

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Obaluaiê, triste e angustiado, saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. Durante este tempo, os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola, os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.

<!--[if !supportLists]--> Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade. E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam aos homens.

<!--[if !supportLists]-->
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<!--[if !supportLists]-->* <!--[endif]-->In "Mitologia dos Orixás"de Reginaldo Prandi, Ed. Companhia das Letras.(adaptado)

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Compreendemos, através da leitura desta lenda, que há um conjunto de dualidades associadas à energia deste Orixá, cujo nome, Obaluaiê/ Omulu encerra em si próprio essa mesma dicotomia: se por um lado Ele é a energia ligada ao sol, que em demasia provoca a seca, a infertilidade, a doença, é também a energia que cura, que aquece. É o Orixá que tanto traz consigo a peste, a varíola, que torna as mulheres estéreis, como é a cura para todas as doenças, a energia que permite a vida no planeta.

É também o Orixá que representa a evolução espiritual do ser humano. No texto, Obaluaiê perdoa os homens por lhe terem recusado comida e água, “ainda com fome e sede” e faz com que o mal acabe. Esta passagem demonstra o quanto a sua energia está ligada quer à doença, quer à cura espiritual, à evolução. Estamos doentes, quando temos dentro de nós sentimentos de intolerância, arrogância para com o próximo, quando só damos importância ao aspecto exterior dos nossos semelhantes, menosprezando as suas qualiades e sentimentos. Podemos evoluir, se seguirmos o exemplo que nos é trazido na lenda por Obaluaiê. Só através do perdão, da humildade, da tolerância, caridade e amor incondicional é que sentiremos a irradiação divina deste Orixá, alcançando a cura, mental e espiritual.

Mas, Obaluaiê não é responsável pela nossa evolução só em vida. Ele também está ligado, enquanto Omulu, ao nosso desencarne, é responsável pela nossa passagem. E tal como diz a lenda, é com a ajuda de Iansã, dividindo com Ela os seu domínios na calunga, que Ele, o “Guardião das Almas”, o “Senhor das passagens”, através da sua irradiação divina, nos protege e nos ampara com amor, conduzindo-nos sempre de acordo com o nosso merecimento, permitindo assim que continuemos a evoluir, para que um dia possamos chegar mais perto do Criador! Atôtô Meu Pai!


A.T.U.P.O. - Mary Nogueira

Lenda de Xangô


Lenda de Xangô

Xangô e seus homens lutavam com um inimigo implacável. Os guerreiros de Xangô, capturados pelo inimigo, eram mutilados e torturados até à morte, sem piedade nem compaixão. As atrocidades já não tinham limites.

O inimigo mandava entregar a Xangô os seus homens aos pedaços. Xangô estava desesperado e enfurecido. Então, subiu no alto de uma pedreira perto do acampamento e dali consultou Orunmilá sobre o que fazer. Xangô pediu ajuda a Orunmilá.

Xangô estava irado e começou a bater nas pedras com o oxé, o seu machado duplo. O machado arrancava das pedras faíscas, que acendiam no ar famintas línguas de fogo, que devoravam os soldados inimigos. A guerra perdida foi se transformando em vitória.

Xangô ganhou a guerra. Os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos soldados de Xangô foram dizimados por um raio que Xangô disparou no auge da fúria. Mas os soldados que sobreviveram foram poupados por Xangô.

A partir daí, o senso de justiça de Xangô foi admirado e cantado por todos.

Através dos séculos, os Orixás e os homens têm recorrido a Xangô para resolver todo o tipo de pendência, julgar as discordâncias e administrar justiça.

In "Mitologia dos Orixás"de Reginaldo Prandi, Ed. Companhia das Letras.

Esta lenda de Xangô revela, de uma forma clara, um dos fundamentos ligados a este Orixá: a justiça! Não uma justiça terrena, no sentido do julgamento humano, mas uma justiça baseada no sentido divino, que se traduz na seguinte expressão: “quem deve paga, quem merece recebe!” Quando o Orixá se revolta contra as atrocidades , bate com o seu machado nas pedras e o fogo divino que daí sai, traz com ele a vitória merecida. Nesta passagem, percebemos que a energia do Orixá está presente no fogo, nos trovões, sendo as pedreiras o seu ponto de força e que a sua representação está ainda associada a um machado com dois lados iguais, o Oxé. Tal como mostra a lenda, é através da força do seu machado que o Orixá acaba com as pendências e as discórdias. Como o seu machado, Xangô carrega o conhecimento dos dois lados, das duas lâminas, igualmente afiadas, mas coloca-se no centro, em perfeito equilíbrio. É a força de Xangô, providenciando para que a lei da acção e reacção, a lei kármica se façam cumprir, para que o equilíbrio seja restaurado, para que a justiça divina se faça sentir! Kaô kabiecilê Xangô!


A.T.U.P.O. - Mary Nogueira

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Lenda de OGUM


<!--[if !vml]-->OGUM ENSINA AOS HOMENS AS ARTES DA AGRICULTURA

Ogum andava aborrecido no Orum (céu), queria voltar ao Aiê (terra) e ensinar aos homens tudo aquilo que aprendera.

Mas ele desejava ser ainda mais forte e poderoso, para ser por todos admirado por sua autoridade.

Foi consultar Ifá, que lhe recomendou um ebó para abrir os caminhos.

Ogum providenciou tudo antes de descer ao Aiê.

Veio ao Aiê e aqui fez o pretendido.

Em pouco tempo foi reconhecido por seus feitos.

Cultivou a terra e plantou, fazendo com que dela o milho e o inhame brotassem em abundância.

Ogum ensinou aos homens a produção do alimento, dando-lhes o segredo da colheita, tornando-se assim o patrono da agricultura.

Ensinou a caçar e a forjar o ferro.

Por tudo isso foi aclamado rei de Irê, o Onirê.

Ogum é aquele a quem pertence tudo de criativo no mundo, aquele que tem uma casa onde todos podem entrar.

[Lenda do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi]

A leitura e análise desta lenda permite-nos compreender o que o Orixá Ogum representa: é a energia presente no homem que, com coragem e determinação, desbrava a terra seca e árida e a transforma em terra fértil, pronta para receber as sementes donde nascerá, como refere a lenda, o milho, o inhame que alimentará os povos; é a força bruta que se transforma, que inova, que cria. É a energia que emana do arado usado para cultivar a terra, das ferramentas agrícolas, das armas usadas para caçar, para combater e vencer batalhas, feitas do ferro, metal onde a energia de Ogum também está presente. É o Orixá guerreiro por excelência, é a força que garante que a ordem seja cumprida;é o Orixá que abre os caminhos, nos ajudando a lutar contra os obstáculos e a evoluir; é a energia que nunca pára, tal qual o sangue que corre em nosso corpo, tal qual a vida! Essa é a força de Ogum!

M.N.

Lendas dos Orixás

Vamos criar aqui um espaço onde vamos postar as Lendas dos nossos queridos Orixás .

Às lendas vamos ainda acrescentar a visão da A.T.U.P.O sobre as mesmas e os seus significados para que possámos compreender muitas das parábolas da Mitologia Umbandista

Axé

F. Henrique