A família-de-Santo
Quando os negros africanos foram levados para o Brasil, para viverem como escravos nas fazendas dos senhores brancos, foram privados, não só da sua liberdade, mas também das suas raízes familiares, culturais e religiosas. A luta pela sobrevivência numa terra estranha, aliada à falta dos laços familiares e à necessidade de preservar a sua cultura, levou à integração de negros oriundos de diferentes etnias e regiões da África e, consequentemente, à fusão de culturas e cultos religiosos. Nasciam assim nas senzalas os primeiros cultos afro-brasileiros e com eles o conceito de família-de-Santo – a recriação da família perdida, tão importante para a conservação dos costumes e valores das culturas africanas.
A Umbanda herdou da sua raiz africana este conceito de família e é fundamental que todos os filhos-de-Santo compreendam a importância do mesmo. Para que uma corrente mediúnica possa realizar com sucesso a missão que lhe foi confiada pelos Orixás, é necessário que existam, entre os seus elementos, sentimentos de amor, união e fraternidade. É essencial que todos se respeitem, sejam verdadeiros e honestos e sejam capazes de estender a mão ao irmão que está mais fraco e necessita de auxílio. Como diz o ditado, “a união faz a força”! Por isso, se todos zelarem pela união da corrente, dificilmente surgirão elos fracos por onde ela se possa quebrar.
Mas a família-de-Santo não é apenas importante dentro do Templo de Umbanda. Aos olhos dos Orixás somos todos irmãos e só uma família na qual vibrem sentimentos de amor e união, poderá reflectir, tanto dentro como para fora do Templo, os ensinamentos dos Guias espirituais e do nosso amado mestre Jesus.
Que Oxalá abençoe a todos e à nossa amada Umbanda! B.C.