terça-feira, 28 de junho de 2011
Homenágem a Yemanjá
Dia 25 de Junho de 2011
Mais um dia histórico para a A.T.U.P.O., mais uma Homenagem a Yemanjá, onde a Partilha, o Amor, o Respeito, a Fé e como sempre uma mão cheia de novidades e bênçãos dos céus que nos dão cada dia que passa uma certeza de trilhar no caminho certo e uma vontade enorme de continuar a ser quem somos e da maneira que somos.
Foram horas maravilhosas de convívio com guias , com entidades, com irmãos, com amigos e até estranhos e curiosos que passavam na praia e que de admiração tinham tanto como nós de ALEGRIA E PRAZER POR FAZER AQUELE TRABALHO.
Bem hajam os guias que nos vieram abençoar, bem hajam as pessoas que estoicamente e sobre um sol abrasador nos acompanharam e bem haja MÃE YEMANJÁ por todo o Amor derramado por estes teus filhos.
SALVE MÃE YEMANJÁ
SER BOM MÉDIUM
Ser bom médium
Já muito se falou e escreveu acerca da mediunidade. No entanto, tanto médiuns de trabalho como consulentes colocam muitas vezes a questão: “O que é necessário para ser um bom médium?”
Não querendo criar uma “receita” para algo que depende do esforço, empenho e dedicação de cada um, é inquestionável que o bom e correcto exercício da mediunidade exige que o médium cultive em si mesmo um conjunto de valores e atitudes como a Fé, o amor, a honestidade e rectidão, a humildade e a responsabilidade.
Mas, para além destes valores, existe um outro aspecto essencial para o crescimento do médium – o conhecimento. Conhecer as normas de funcionamento do Templo, a ritualística ou os pontos cantados não basta para se ser um bom médium de trabalho. A busca do conhecimento sobre a religião e seus fundamentos, sobre a espiritualidade, as Entidades, suas linhas de trabalho e forma de actuação, ervas e banhos, e principalmente sobre o ser Humano e a vida deve ser constante e é fundamental para um bom crescimento do médium, enquanto instrumento de trabalho dos Guias e Orixás.
O conhecimento permite a compreensão e o entendimento, que, por sua vez, geram a consciência, a qual se transforma em amor. O médium que adquire maior consciência sobre a espiritualidade e sobre a vida aumenta a sua capacidade de amar o próximo e a si mesmo, tornando mais forte a sua conexão com o Divino e, consequentemente, mais firme e equilibrada a ligação com as Entidades com quem trabalha. O conhecimento do médium é uma mais-valia para os Guias que o utilizam como ferramenta no trabalho espiritual. É claro que para esta conquista de consciência não basta o conhecimento teórico, é necessária também a prática. Além de estudar, o médium deve ser activo e participativo nos trabalhos do Templo.
A reforma de princípios e valores juntamente com a busca do conhecimento são fundamentais para o crescimento do indivíduo, não apenas como médium, mas também como ser Humano, sob pena de estagnar na sua caminhada.
Que Oxalá abençoe e ilumine a todos.
Bernardo Cruz , A.T.U.P.O.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
LENDA DE OXÓSSI
A cada ano, após a colheita, o rei de Ijexá, saudava a abundância de alimentos com uma festa, oferecendo inhame, milho e coco. O rei comemorava com sua família e seus súditos, só as feiticeiras não eram convidadas. Furiosas com a desconsideração, enviaram à festa um pássaro gigante que pousou no teto do palácio, encobrindo-o e impedindo que a cerimônia fosse realizada.
O rei mandou chamar os melhores caçadores da cidade. O primeiro tinha vinte flechas. Ele lançou todas elas, mas nenhuma acertou o grande pássaro. Então o rei aborreceu-se e o mandou embora. Um segundo caçador se apresentou, este com quarenta flechas, o fato se repetiu novamente e o rei mandou então prendê-lo.
Bem próximo dali vivia Oxóssi, um jovem que costumava caçar à noite, antes do sol nascer, ele usava apenas uma flecha vermelha. O rei mandou chamá-lo para dar fim no grande pássaro. Sabendo das punições imposta pelo rei aos outros caçadores, a mãe de Oxóssi temendo pela vida do filho, consultou um babalaô, e os obis mostraram que, se fosse feita uma oferenda para as feiticeiras ele teria sucesso.
A oferenda consistia em sacrificar uma galinha. Nesse exato momento, Oxóssi deveria atirar a sua única flecha. E assim o fez, acertando o pássaro bem no peito ferindo-o de morte. O rei agradecido pelo feito, deu ao caçador metade de sua riqueza e a cidade de Keto, “ terra dos panos vermelhos”, onde Oxóssi governou até a sua morte, tornando-se depois um Orixá.
In "Mitologia dos Orixás"de Reginaldo Prandi, Ed. Companhia das Letras.
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Esta lenda mostra claramente que a energia de Oxóssi está ligada à fartura, à prosperidade. É Oxóssi que, com o seu tiro certeiro, mata o pássaro gigante, pousado no teto do palácio, permitindo assim que continue a celebrar-se a abundância de alimentos e recebendo em troca metade da riqueza do rei e uma cidade.
É Oxóssi que, com a sua flecha, providencia para que nada falte ao seu povo , adentrando pelas matas, na calada da noite, sem medo dos perigos, em busca da caça, do alimento. E é a busca constante, à procura do alimento, que lhe permite conhecer as matas, cada árvore, cada folha. Assim, a energia de Oxóssi está ligada a essa busca que visa em si o conhecimento; não só o conhecimento do mundo que nos rodeia, pois é a energia de Oxóssi que está ligada às diferentes áreas do saber, a ciência, a educação, a filosofia, mas também e principalmente ao conhecimento de nós mesmos, das nossas necessidades, para que possamos crescer e evoluir enquanto seres materiais e espirituais. É a energia de Oxóssi que vibra em nós, quando refletimos, buscamos o nosso interior, para compreendermos quem somos e quem queremos ser. É neste sentido que a energia de Oxóssi atua como Caçador de Almas que, com a sua flecha certeira, instrumento de fé, nos resgata, nos cura, derrotando o pássaro gigante que habita dentro de nós , permitindo, assim, que possamos viver com a certeza de que Oxóssi nos guiará no caminho da Luz, sempre buscando, sempre partilhando, para que a fartura, a abundância sejam sempre celebradas por todos nós!
Mary Nogueira - ATUPO